terça-feira, 8 de abril de 2008

Caderno de Viagem


Os desenhos de cenas, pessoas e lugares visitados, assim como as descrições verbais de situações, usos e costumes, tão comuns em relatos de viagem, são substituídos por diversos tipos de escrita.

A caligrafia como registro de um percurso. Os desenhos caligráficos preenchem um caderno de páginas sem pautas, em que as linhas imitam o movimento da escrita, como se o texto fosse escrito em uma língua estrangeira.

No mesmo volume, convivem a escrita árabe, hebraica, chinesa, japonesa, coreana, devanagari - utilizada em textos sagrados escritos em sânscrito - e uma escrita tuaregue do norte da África, além de páginas copiadas de manuscritos medievais com o alfabeto latino no estilo carolíngio e o alfabeto cherokee dos índios norte-americanos.

Em páginas alternadas, escritas inventadas e outras existentes, algumas extintas ou desconhecidas pela maioria das pessoas, de modo a dificultar a distinção entre um e outro tipo. Por comparação, a imitação da escrita foi o suficiente para sugerir a existência de um texto escrito onde havia apenas desenhos.

As linhas contínuas, sinuosas, são distribuídas pela página de modo que o conjunto de sinais, em fileiras ou colunas, também forme um desenho. O livro remete às miniaturas medievais, onde a cor serve para integrar imagem e texto no espaço da página. A caligrafia é um meio para chegar ao livro.

Outras páginas deste caderno podem ser vistas aqui

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