segunda-feira, 6 de abril de 2009

Victor Hugo

A é o telhado, a empena, com sua trave; ou o abraço de dois amigos que se estreitam e apertam as mãos; D são as costas; B é o D sobre o D, costas sobre costas, a corcunda; C é o quarto crescente, é a lua; E é o envasamento, o pé-direito, a consola e a arquitrava, toda a arquitetura do teto em uma única letra; F é a forca, o forcado, furca; G é a trompa; H é a fachada de um edifício com suas duas torres; I é a máquina de guerra lançando projétil; J é a relha do arado e o atum; K é o ângulo de reflexão igual ao ângulo de incidência, uma das chaves da geometria; L é a perna e o pé; M, a montanha ou o campo, as tendas unidas; N, a porta fechada com sua barra diagonal; O é o sol; P, o carregador em pé com a carga nas costas; Q é a garupa do cavalo com rabo; R é o repouso, o carregador apoiado em seu cajado; S, a serpente; T, o martelo; U, a urna; V, o vaso (freqüentemente os dois são confundidos); X são as espadas cruzadas, é o combate; quem sairá vencedor? não se sabe; os herméticos tomaram o X para o signo do destino, os algebristas, para signo do desconhecido; Z é a faísca, o relâmpago, é Deus.

(eis o que contém o alfabeto, segundo Victor Hugo, em seus Cadernos de Viagem)

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